Tudo no seu lugar

Foto: Daniel Smorigo/ASP South America
SEM MULTA Pela disputa mais acalorada com Medina, Luel não receberá pena alguma
"No vídeo que chegou às nossas mãos, nota-se a pressão excessiva e proximidade física do Gabriel sobre o seu oponente, que detinha a prioridade naquela altura da bateria, com a clara intenção de lhe bloquear a remada. Ambos vislumbraram a série, a prioridade ainda era do Luel Felipe e o Gabriel não deveria ter feito nenhum tipo de pressão ou contato físico, ou até mesmo remar praticamente em cima do Luel. Dessa forma, achamos que seria injusto punir apenas o Luel, quando na verdade todo o incidente foi provocado pelo excesso de pressão imposto pelo Gabriel. Se fôssemos punir alguém, teríamos que punir os dois atletas com o mesmo peso", afirmou o tour manager da ASP e presidente da ASP South America, Roberto Perdigão.

A decisão da ASP South America não poderia ter sido mais justa, num caso desnecessário ao esporte, que foi criado ao final da vitória de Luel Felipe sobre Gabriel Medina, no SuperSurf International, disputado no Rio de Janeiro. Na ocasião, os atletas trocaram braçadas no outside e Medina, tendo como porta-voz o seu pai, acusou o pernambucano de agressão. Pediu punição e tudo mais.

O encerramento do caso nas circunstâncias apresentadas por Roberto Perdigão foi um acerto. Ainda mais numa situação simples como essa. Transformar uma disputa - mesmo sobrando uma braçada para alguém - em um caso de violência seria dar um peso desnecessário ao fato. Já basta a bateria, uma das melhores do SuperSurf, ter sido ofuscada por declarações iradas, cheias de rancor. Já fui repórter de futebol do Jornal do Commercio, do Recife - hoje estou nos olímpicos -, e aquelas acusações, entrevistas acaloradas só me lembraram o meio da bola, apaixonante, e ao mesmo tempo fora de ordem, cheio de subterfúgios. O surfe não precisa disso.

É como o amigo Elias Roma Neto, também repórter do JC, diz: "O que acontece em Vegas, fica em Vegas". Da mesma forma, tudo que não seja desonesto, embora cause alguma inquietação a A ou B, numa bateria, que fique no outside e não ganhe voz, jamais.

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