A número 1, mas esquecida


Quem surfa mais que a paraibana Diana Cristina (à direita, na foto acima), dentro do Brasil? Qual garota nacional está perto de se tornar uma das primeiras a inserir aéreos no seu leque de manobras? Quem compete como ela e arranca high scores com a maior facilidade dos juízes? Para finalizar, quem ficou de fora do último Mundial sub-20, na Austrália, por falta de patrocínio?

A indiazinha potiguara Diana é tudo isso e mais um pouco. Também sofre há um bom tempo sem patrocínios. O Roxy Pro Júnior está perto, começa na sexta-feira, no Rio de Janeiro, e novamente a nordestina vai disputar. Deve ganhar. Por quê? Ano passado, nas três etapas que selecionaram o time sul-americano para o evento australiano, ela venceu todas. E em todas deixou para trás a catarinense Gabriela Leite em segundo. Na etapa da Bahia eu estava lá. E fiquei impressionado com a disparidade técnica entre ambas.

Gabi tem patrocínio da Mormaii. Tininha (ambas na foto, acima - ASP South America), não fosse o empenho do shaper Tiago Cunha (pranchas TBC), nem sequer teria como pagar as inscrições dos campeonatos. Em conversas com pessoas ligadas ao esporte, são muitos os motivos que as empresas usam para não patrociná-la. Alguns argumentos prefiro nem comentar, tamanha a baixeza. Mas um, recorrente, diz que o fato de a indiazinha ter laços fortes com a família, residente em Baía da Traição, na Paraíba, atrapalha um pouco.

Estar distante dos seus a limita. Por isso, não é tão difícil ver entes de Tininha nas praias, onde rolam campeonatos que participa. E tudo pago por ela - fora do mar, também sustenta os familiares de "um tudo", como se diz no Nordeste.

Com boa orientação tudo isso se resolveria fácil. Tudo pelo talento. Não é assim? Ainda mais sendo um talento como o dela. Enquanto Tininha passar por esses perrengues, quem perde é o surfe feminino nacional, que poderia ter outra representante de peso no circuito mundial.

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