Disputas adiadas


O mar continuou "storm", grande e muito mexido hoje para a continuação do Brasil Surf Pro. A comissão técnica checou outras praias de Ubatuba, mas nenhuma oferecia boas condições para rolar a etapa de abertura da Divisão Principal do Circuito Brasileiro. Com isso, a competição foi oficialmente adiada para as 8h de sábado, na Praia de Itamambuca, e o formato mudou para baterias de quatro competidores até a final nas duas categorias, masculina e feminina. O objetivo é realizar o campeonato nas melhores ondas possíveis e, mesmo com o adiamento, termina na manhã do domingo, em Ubatuba.

“Nós visitamos todas as praias e a única que tinha uma condição era o Perequê-Acú, mas estavam bem diferentes, com ondas pequenas. Temos uma previsão do mar melhorar muito amanhã (sábado) aqui em Itamambuca, então resolvemos cancelar o campeonato hoje”, sentenciou Marcelo Andrade, diretor de prova do Brasil Surf Pro. “Nós esperamos até a maré cheia pra ver se melhorava e não melhorou. De qualquer maneira, já temos dois palanques montados, um no Perequê, outro na Vermelha do Norte, então o campeonato rola amanhã de qualquer jeito. Acredito que aqui mesmo em Itamambuca, com o formato mudando para baterias de quatro atletas para a gente terminar o evento domingo às 13 horas”.

Marcelo Andrade também falou sobre o fato atípico de adiar um campeonato de surfe por excesso de ondas e não por falta, como é mais comum no Brasil. “A questão não é falta de onda, tem muita até e o que prejudica mais é a correnteza e o mar mexido demais. Observamos atletas internacionais, como o Wiggolly Dantas e o Alejo Muniz (Fábio Minduim/BRASIL1 ESPORTE), que entraram para surfar, em meia hora pegaram uma onda e não era boa, não abria, então fica muito feio o espetáculo. É a mesma coisa de uma partida de futebol num campo alagado, onde até dá pra jogar, mas a bola não anda. É como aqui, condição de rolar o evento tem, mas a gente não vai ver ninguém surfar direito, então é preferível esperar pra ficar mais bonito".

Os atletas concordaram com a decisão da comissão técnica do Brasil Surf Pro 2010. "Dei uma caída mais cedo só pra sentir a condição do mar e está bem difícil mesmo", contou o catarinense Alejo Muniz, que está escalado na próxima bateria a entrar no mar, a penúltima da segunda fase. "Fiquei mais de 40 minutos dentro d´água para pegar a primeira onda, não foi boa, depois nem tentei entrar de novo porque já tinha dado pra ver que estava ruim. Então foi uma decisão acertada sim".

O atual campeão brasileiro Pro Júnior também comentou sobre a mudança do formato das baterias que passariam a ser homem-a-homem a partir da fase seguinte, porém agora serão de quatro competidores até a grande final. "Eu gostaria de competir bateria homem-a-homem, principalmente aqui com aquela direitinha de Itamambuca funcionando. Mas, já disputei muitas baterias de quatro surfistas no amador e a tática é totalmente diferente. Só que vai acabar que, com quatro atletas, teremos grandes nomes se enfrentando em quase todas as baterias e vai ter show de surfe do mesmo jeito para o público".

Por João Carvalho, assessor de imprensa do Brasil Surf Pro

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