ENTREVISTA/Gabriela Leite




Gabriela Leite tem só 17 anos. E desde que começou a surfar faz estragos, seja competindo na sua categoria, seja disputando contra as mais velhas. Na etapa inaugural da Seletiva Petrobras, no Guarujá, este ano, fez a bateria final, vencida pela paraibana Diana Cristina, a Tininha. Gabi ainda é a mais jovem atleta a ingressar no Brasil Surf Pro, ex-Supersurf. Tem talento de sobra e começa a planejar voos mais altos para 2011. "Vou disputar o QS para conquistar minha vaga na elite mundial", revelou. Abaixo, a entrevista descontraída e sincera que concedeu para o Surf Is In The Air.

SURFISINTHEAIR - O que te levou a praticar o surfe?
GABRIELA LEITE
- Comecei com 10 anos de idade, por brincadeira. Não tinha o que fazer no verão e uma minha amiga me chamou para entrar numa escolinha de surfe, em Barra do Sul, Santa Catarina, onde moro. Era só por brincadeira. Fui pedir para meu pai e ele disse "vai aprender a surfar para quê? Vai ser surfista?" Foi engraçado (risos). Até que ele me levou e a primeira vez já fiquei em
pé na prancha. Fui evoluindo a cada aula. Todo mundo começou a falar para eu ir fundo, que tinha futuro. Estou aqui até hoje.


SURFISINTHEAIR - Você é uma das estrelas nacionais até 20 anos. Já tem um projeto profissional traçado pela sua marca?
GABRIELA
- Este ano vou correr todos os Pró Juniors, o Brasil Surf Pro, o Circuito Petrobras Feminino e algumas etapas do WQS, realizadas mais perto do Brasil. Não é certeza ainda, mas este ano devo viajar para lugares bons e treinar bastante para 2011, que será o meu real ano de iniciação no QS.

SURFISINTHEAIR - Aos poucos, você vai trabalhando seu estilo, seu jogo. Quais seus pontos fortes e os fracos?
GABRIELA
- É bem difícil falar desse assunto (risos). Acho que surfo bem, lógico que tenho muito que aprender ainda. E acho que isso é um ponto forte meu. Um dos fracos é não saber me impor no pico. Sempre me dão a volta lá dentro. Sei lá, tenho muito que aprender, ainda, e tenho muitos pontos fracos.

SURFISINTHEAIR - Como você avalia o atual momento do surfe feminino do Brasil?
GABRIELA
- O surfe feminino cresceu muito no Brasil, tem muitas meninas que surfam superbem e a nova geração também está vindo com tudo.

SURFISINTHEAIR - Você esteve no Mundial da Austrália, recentemente. O que aprendeu por lá em termos de competição?
GABRIELA
- O nível lá é bem mais forte. Então você tem que surfar muito mesmo. E só de estar lá, vendo tanto o feminino quanto o masculino, aprendi muito.

SURFISINTHEAIR - É um sonho ser campeã desse evento?
GABRIELA
- Um dos meus sonhos é um dia poder vencer esse evento. Este ano fiquei com a quinta colocação. Espero ir ano que vem, novamente, e conseguir um resultado ainda melhor para o meu País. Estou treinando bastante para isso.

SURFISINTHEAIR - A estrutura daqui do surfe feminino funciona bem?
GABRIELA
- Acho que tem pouca competição profissional. Na minha opinião, poderia haver mais circuitos femininos. E acho que as marcas tinham que apoiar mais o surfe feminino. Tem muito talento sem apoio nenhum.

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