SuperSurf x Lowers



Uma escolha errada de data ou mesmo um calendário achatado, que privilegia as grandes marcas, pode colocar tudo a perder.

A primeira etapa do SuperSurf - ainda terão outras três, duas seis estrelas e uma quatro -, paralisada nesta quarta-feira, por falta de ondas em Itamambuca, Ubatuba-SP (Fotos do dia, acima), está esvaziada de nomes internacionais. O fato de ser realizada paralelamente ao Nike 6.0 Lowers Pro, em Trestles, foi determinante para que surfistas de maior peso e com mais dinheiro do cenário mundial escolhessem ir para San Clemente, na Califórnia.

A realidade é que este primeiro campeonato do SuperSurf ficou com a cara do Brasil Surf Pro. Não deixa de ser uma ironia com o apêndice do Grupo Abril, que até o ano passado era responsável, ao lado da Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais (Abrasp), pela realização do Circuito Brasileiro da modalidade.

A etapa, no entanto, tem tudo para ser um sucesso. Até porque, cancha e envergadura se ganham com o tempo. Não se pode querer estrear colocando banca, ainda mais com um evento cinco estrelas. Tem mais. O Brasil Surf Pro, que chegou para ocupar o espaço do SuperSurf, no cenário nacional, mostrou que tem elenco suficiente para dar bons espetáculos. A etapa inicial do Brasileiro, também em Ubatuba, mês passado, mostrou isso.

Então, não vão faltar, até domingo, bons pegas, já que bons profissionais vão estar se digladiando pelo título e as ondas de Itamambuca, se derem as caras, sempre proporcionam ótimas condições de surfe.

O SuperSurf é uma chance de os brazucas correrem atrás de pontuações do ASP One Ranking, dar uma encorpada no SID, número levado em conta no momento da inscrição nos campeonatos pelo mundo. Quanto maior o SID, maior as chances de disputar um evento "seis estrelas prime", como o Lowers Pro.

O campeonato da marca Nacional, que deve virar até coisa maior - quem sabe até surfwear? -, também dá chance importante a atletas, que ainda disputam posição no circuito mundial, de terem uma ideia do que se trata um evento do WQS. Como as coisas funcionam.

Não à toa, vemos surfistas de lugares mais exóticos desfilando em Itamambuca, como o trinitino Chris Dennis e o indonésio Dede Suryana. Além desses, há mexicano, inglês, chileno, neozelandês, argentino. Todo mundo querendo adquirir experiência. E experimentar o prazer de viver um grande campeonato.

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