Turbilhão de ideias em PE



As pranchas de surfe passaram por muitas mudanças desde o nascimento do esporte até os dias atuais. Eram de madeirites, enormes e pesadas, agora apresentam tamanhos mínimos, feitas a partir de blocos superleves (poliuretano e isopor), cobertas por fibras ainda mais leves (vidro ou carbono).

Em Pernambuco, a busca pela novidade corre a todo vapor. Nos últimos dois anos, o shaper Ruclécio Lucena e o surfista e "inventor" Gualtom Remo foram responsáveis por criações consideradas relevantes.

A necessidade fez Ruclécio dar vida à "Transformer", prancha que se modifica em duas. Numa de suas viagens ao Peru, teve de desembolsar US$ 75 dólares por prancha do seu quiver. Para diminuí-lo pela metade, criou um método de encaixe de rabetas, que transforma uma prancha em dois modelos diferentes.

"Uma prancha 6'3 pode se transformar numa 6', com rabetas diferentes", observa Ruclécio, como mostra no vídeo abaixo.

O resultado da invenção de Gualtom é mais recente, embora tenha anos de estudos e investimento - lá se vão, do próprio bolso, mais de R$ 25 mil. Chamada de Turbo (XG), o surfista com mais de 30 anos de experiência elaborou duas valinhas na parte inferior do modelo, entre as quilhas laterais, fechando-as com uma placa de fibra de carbono, criando dois túneis.

A água entra nessas passagens e a prancha tem um ganho de 30% em velocidade, segundo Ricardo Marroquim, shape que colocou em prática a ideia. O surfista pernambucano Halley Batista (Foto acima: ASP South America) usa a Turbo (XG) e só tem falado bem da invenção.

"A prancha tem uma saída da água aluciante. Encaixa com o meu surfe inovador. Está muito boa. Por isso estou tão confiante e espero passar muitas baterias com ela", afirmou o surfista, após fazer a melhor nota do primeiro dia de disputa do SuperSurf, evento quatro estrelas do WQS, disputado em Itamambuca, no início deste mês de maio.

O mercado de novos modelos está nervoso nos últimos tempos. De Kelly Slater a Bernardo Pigmeu (Foto no topo: Blog do Trekinho), no início de cada nova temporada, todo mundo aparece nas praias com invenções das mais variadas, em busca da prancha ideal. Sem falar que o passado começa a tomar de assalto o coração da surfistada. Basta dizer que as fishes, sejam elas biquilhas ou quadriquilhas, estão com tudo no mercado.

"É uma prancha solta, nos dias de hoje, e tem boa flutuação. Entra fácil na onda e você pode surfar em qualquer condição", destaca Ruclécio.

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