Certo vazio


O primeiro dia da segunda etapa do SuperSurf - evento do WQS, com nível quatro estrelas - não engrenou. E as ondas pequenas, mais regulares da praia de Maresias, em São Paulo, não tiveram culpa de nada. O campeonato teve um número alto de desistências e faltas, de última hora. Isso, sim, tirou um pouco o brilho da competição, beste início.

O round dos 96, para se ter uma ideia, apresentou quase todas as baterias incompletas. Uma delas só contou com a presença de Rafael Becker e Gustavo Henrique, que obviamente passaram adiante.

Não se sabe, ainda, se é uma crise de identidade. Mas a realidade é que o SuperSurf, como evento da ASP, ainda não empolgou.

Este ano, após 10 anos como marca fantasia do Campeonato Brasileiro Profissional da Abrasp, optou pela "carreira" internacional. Nada mais justo para quem dedicou tantos anos em prol do surfe nacional. Só que já na primeira etapa, a sua estreia no circuito mundial da divisão de acesso, em Ubatuba, as coisas saíram um pouco dos trilhos.

A organização esteve perfeita. A infraestreutura coisa de primeiro mundo. Mas pouca gente de fora compareceu e até os melhores do Brasil, à época envolvidos com o Lowers Pro, optaram pelo evento na Califórnia. Houve aí um erro na escolha das datas e a etapa em Ubatuba ficou com cara de Brasil Tour, com grande número de competidores novatos - aliás, serviu principalmente para isso, dar cancha à essa garotada.

A de Maresia, nesta terça-feira, apresentou-se esvaziada. Basta dizer que um bom número de ausência também foi vista no round dos 64.

"WQS em Maresias hoje teve muitos WO no 2º round. Todo mundo achava que hoje só ia rolar o 1º round. Passei a minha bateria", afirmou o surfista paraibano Jano Belo, sobre as ausências, no Facebook.

É esperar que a partir da terceira fase a competição seja encarada com vigor por todos. E que finalmente a marca SuperSurf deslanche como evento importante do circuito mundial de acesso à elite.

Haverá mais duas competição, agora com nível seis estrelas, nos próximos meses. Essas, até pela premiação de US$ 145 mil, ajudarão a dar um upgrade no que se refere à importância do SuperSurf.

E finalmente a marca, que fez um trabalho tão forte de marketing na época de Campeonato Brasileiro, pode se desfazer do seu passado e assumir definitivamente seu lugar entre os grandes campeonatos do mundo da modalidade. Gente competente, que enxerga longe, o SuperSurf tem.

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