"Diário Macedo": As bombas chegaram!






Mais um capítulo do diário de Bruno Macedo, ao lado do seu fiel companheiro atrás das maiores no Peru, entre abril e maio.

4/5
Pegamos ondas grandes em Punta Rocas. E pelo nosso cálculo, um tanto impreciso, confesso, algumas bombas devem ter chegado a 9 ou 10 pés. Sei que dava o cara e mais 3,5 m do tamanho para cima, na face da onda. Duas sessions: uma matutina, outra vespertina. À tarde, não tinha ninguém no mar. A água estava muito escura e muitas bombas, apresentando condições bem perigosas, com séries varredouras vindo em mais de um pico, fechando toda a baía, tornavam a chegada ao outside uma verdadeira missão. Fui cuspido do mar logo na entrada, numa série que não parava. Para o bem ou para o mal, respeitei este momento e a minha limitação, inclusive física (15ª dia de viagem). E como estávamos nos revezando nas filmagens, assumi meu posto de cameraman. Era chegada a vez de Ruclécio "El Oráculo" passar o sufoco da entrada. Sem escapatória, levou uma série na entrada, mas não desistiu e entrou, ficou naquele marzão sozinho, pegou umas bombas, levou uma série assustadora no outside, sumindo por alguns minutos, pegou mais umas bombas e saiu adrenalizado com sentimento de missão comprida. Surfou com uma 6'9 transformer (De cima a baixo, as duas primeiras fotos) - uma invenção comprovadamente fantástica - e parecia mais uma 6'0 pela movimentação nas ondas pesadas. À noite, combinamos uma surftrip daquelas de arrepiar.

5/5
Acordamos às 2h30, fizemos os últimos preparativos e fomos para o carro. Três cariocas, uma nova-iorquina e nós dois. Enfrentamos aproximadamente três horas de carro para o Sul, chegando a Pisco - uma cidade turística, com mansões e um resort com diárias de mil dólares -, no Porto de Paracas. Pegamos um barco e viajamos mais 40 minutos para o oceano. Chegamos na ilha de San Allan (ou Sangayan), uma direita perfeita, extensa, muito manobrável, semelhante à Indonésia. Muitas focas e leões marinhos em nossa volta, curiosos com a nossa chegada no mar. Constantemente se aproximavam para saber quem eram aqueles intrusos. Todos se divertiram muito. Até pranchada na cabeça eu levei, mas deu tudo certo. Ruclécio, como sempre, foi o primeiro a achar a vala correta. E que vala! Era incrível, estava ventando, mas a onda era perfeita. Principalmente ao se aproximar da ilha, pois recebia o vento terral, com um fundo de pedras abençoado. Voltamos ao barco e partimos às duas, três horas da tarde, de cabeça mais que feita e com um galo incrível na minha (De cima pára baixo, as fotos 3, 4 e 5).

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