"Diário Macedo": Primeiros dias no Peru





Bruno Macedo e Ruclécio Lucena têm o Peru como o segundo lar. Na última barca, em abril deste ano, Bruno teve a ideia de escrever um diário. Ali, iria contar os perrengues, os dias mágicos de surfe... Tudo que se referisse à viagem. A partir de hoje, como se fosse uma novelinha da vida real, o Surf Is In The Air publica o dia a dia dos surfistas no lugar do planeta que deve ter a maior quantidade de ondas perfeitas por metro quadrado. Vale a pena a conferida, seja pelos amantes do surfe, seja por alguém que esteja interessado numa trip parecida.

Por ser a estreia do "Diário Macedo", vai a publicação de dois dias seguidos. As duas primeiras fotos, de cima para baixo, são do próprio Bruno, em ação, em Punta Rocas, no segundo dia da trip. As duas últimas, de Ruclécio.

21/4
Alguns contratempos na bagagem, mas enfim cheguei novamente na terra das olas extensas, eu e meu amigo, o shaper Ruclécio Lucena. Estar aqui é o que vale. A realidade é que quando se viaja para o Peru parece que todos os outros assuntos perdem o sentido ou ficam menores. Só se pensa no que vem pela frente: aquelas ondas intermináveis, a magia de cada dia de surfe... Mas, já em São Paulo, levamos o primeiro o susto, o tempo que nos restou para realizar a conexão do voo para Lima ficou apertado por causa do atraso no Recife. Quase levamos a primeira "vaca". Mas deu tudo certo. Como parece que Deus interfere, ele próprio, para ajudar os surfistas, chegamos em Punta Hermosa com tempo hábil para fazermos o primeiro surfe. Como tudo na vida tem um “mas” e nada é perfeito mesmo, viajamos sem nossas mulheres. E é claro que, sem elas, a organização fica num nível, digamos, abaixo do que deveria. Sem ter noção das coisas (por causa do voo cansativo e sem uma noite de sono), alguns equipamentos necessários para a caída ficaram trancados num quarto que só a dona da pousada (Flávia, esposa de Luisfer) tem a chave. Ela saiu, então já era! Isso nem é problema. Foi mais um aviso para que nós descanssássemos um pouco antes de encarar as ladeiras peruanas. Flávia, aliás, dá excelentes dicas de picos, ondulações, distâncias a serem percorridas, tudo com a propriedade de um surfista experiente. Tem gente do Brasil todo na pousada e alguns profissionais, Alejo Muniz, seu irmão (Santiago) e Paulo Moura são só poucos exemplos.

22/04
Uma noite boa de sono e estávamos prontos para a primeira session. De posse de nossas transformers 6´6/6´9, fomos para Punta Rocas sem esperar muito do mar. Ao chegar no pico, uma surpresa - o Peru é sempre assim. Séries de 6 a 7 pés, com intervalos longos entre elas e aquela entrada que quem conhece sabe do que estou falando. Remada de deixar qualquer um fora de si. Como o mar estava enchendo, em alguns momentos as ondas ficaram um pouco empapuçadas. Mas, nas séries, tinham umas boas. Saímos da água bem satisfeitos. Fomos para Caballeros e estava um crowd impressionante. E já era bem finzinho de tarde. Então resolvemos poupar a remada. Demos uma olhada em Playa Negra. Estava estranho, mexido - coisa rara por aqui -, com um vento esquisito num lugar onde impera o velho e bom amigo terral. Tivemos tempo de passar por La Isla e voltamos para a pousada. No session today! Enquanto descansamos, os cariocas tentam se recuperar do desarranjo estomacal, devido ao cebiche que comeram no dia anterior. Não recomendo. Segunda as próprias palavras do carioca: “Fui dar uma de esperto, carioca e tal, me f...”.

Comentários

  1. é foi isto que aconteceu mas o bruno esqueceu que no dia que chegamos Ronaldo Barreto shaper da Radical surfboards nos falou "vá para punta rocas que esta 12 pes"olhamos um para o outro e sorrimos, pois meu equipamento estava preso, cara só faltamos chorar, mas dias melhoeres viram como certamente ele contará, foram +- 7 dias de altas ondas seguidos em Punta Rocas sem crowd até que falei "Bruno preciso pegar ondas pequenas" e ele falou "cara já ia te dizer a mesma coisa" e começamos a cambiar tamanho de ondas.
    Ruclécio Lucena

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