"Diário Macedo": Secret e síndrome de Peter Pan






Mais um dia de aventura dos nossos herois Bruno Macedo e Ruclécio Lucena, em viagem recente ao Peru, espécie de Shangri-Lá dos surfistas pernambucanos. (Fotos, do topo para baixo - as duas primeiras, Ruclécio. A terceira e a quarta, Bruno. A quinta, logo acima, Fernando). Vamos lá!

29/4
Estamos decidindo para qual pico ir. E se alugamos um carro para viajar para um pouco mais distante, como Centinela e Playta, que fica a cerca de 200 e muitos quilômetros ao Norte de Punta Hermosa. Alugamos o carro e recebemos o convite de um sufista local Fernando dono da Punta Surf Shop e muito gente boa. Saímos às 4h, pegamos Fernando e fomos conversando durante 3 ou 4 horas, ouvindo boas histórias do nosso amigo peruano e de suas andanças por aí. Depois de muitas risadas, e muito sustos com as ultrapassagens malucas dos ônibus, muitas vezes nos obrigando a pegar o acostamento, finalmente chegamos numa estrada de terra. Um local completamente deserto, com rochas altas, nenhum "pé de pessoa" e uma esquerda alucinante, leia-se, A-L-U-C-I-N-A-N-T-E - todas as fotos acima. Depois da caída de nossas vidas, cenas engraçadíssimas foram acontecendo, como ver Ruclécio, shaper e surfista experiente, de 43 anos, correndo com um sorriso largo na beira da praia. Parecia um menino. Até ganhei um abraço. E Fernando, que é um pouco mais velho, vibrando com as ondas. Logo depois, mais sorriso de Ruclécio, dessa vez sentado na praia depois de pegar uma esquerda muito longa... Consegui pegar uma mais extensa ainda, caminhei na direção dele e perguntei porque ele estava sentado. Ele disse uma frase que achei que nunca escutaria: "Estou cansado". A volta ao pico era uma caminhada longa. E como Grilo falou: "O surfe é a terra do nunca". Ah! Esqueci de dizer que depois de muitas ondas, lembramos de filmar um pouco.

30/4 e 1, 2 e 3/5
Vários dias se passaram e, como não escrevi, não me lembro mais a correta sequência dos fatos. As coisas aqui acontecem num turbilhão intenso. Se não tiver a obrigação de passar para o computador o que rolou no dia, certamente você vai se perder depois. Sei que nesses dias caímos em Punta Rocas, nosso pico padrão, sabendo que o mar estava crescendo. E nos preparando para as bombas, já que Punta é realmente um mar pesado. Após Punta Rocas, fomos com um pessoal a Cerro azul, mas estava pequeno. E quem estava surfando bem eram os golfinhos. Seguimos para Puerto Viejo, que apresentou melhores condições, mas longe do real potencial do lugar.

Por Bruno Macedo, surfista e amante das ondas perfeitas do Peru.

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