Atalanta manda ver




Num passado recente, Atalanta Batista (Fotos: Bidu/Divulgação), de 19 anos, arriscava manobras com uma pranchinha sob os pés. Era natural, sendo irmã de Halley, um dos maiores expoentes do surfe no Estado. Em agosto de 2009, no entanto, tudo mudou. Dona de uma escola de surfe, em Maracaípe, optou por uma “caída” num longboard, chamado também de pranchão. Foi amor à primeira vista. A sintonia é tamanha que, este ano, ela venceu todos os campeonatos que disputou.

Ao todo, foram quatro eventos importantes, sendo o último deles o Pena Longboard Classic, finalizado em Itacimirim (BA), no último domingo. O resultado no evento internacional mostra que a escolha da jovem foi acertada.

Com os resultados positivos surgiram as novas metas, mais encorpadas. Se antes, ela não imaginava uma ascensão tão meteórica, a mente passou a mirar o título mundial, nunca alcançado por uma brasileira.

Se conquistar o Nacional, ela ganhará o direito de disputar o Mundial da modalidade, na França, em 2011. Atalanta é a líder dos rankings brasileiros amador e profissional da categoria.

O foco é o Mundial, mas o início de Atalanta em competições foi duro. Na estreia, perdeu de cara. Nos dois eventos seguidos, o panorama não mudou muito.

“Foi quando resolvi treinar. E, com o acompanhamento do técnico Alan Gandra, melhorei muito. O resultado são as vitórias”, afirma Atalanta que, este ano, não perdeu sequer uma bateria.

Além da disposição e gosto pelas ondas grandes, Atalanta sabe como poucas mesclar o surfe clássico com as manobras feitas essencialmente no bico, com o moderno, recheado de batidas e as rasgadas radicais.

O sucesso a fez adotar a rota Maracaípe-Rio de Janeiro. “Gosto muito das ondas da Praia da Macumba. E as de Maracaípe também”, adicionou.

Atalanta chegou ao Recife ontem e já começou a se preparar para disputar mais uma etapa do Mundial. O Pena Pernambuco International Longboard Classic começa na sexta-feira, em Maracaípe, e a representante estadual garante que vai para a disputa pensando na vitória no “quintal de casa”.

“Estou treinando muito, em todas as condições de mar: grande, pequeno, tubular... E espero ser feliz novamente, perto da família e dos amigos”, disse.

Matéria publicada no Jornal do Commercio
17.08.2010
Por Marcelo Sá Barreto

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