O mesmo campeão




Brett Simpson (Foto no topo e no meio: Michel Lallande/Divulgação) já havia feito história no ano passado. Venceu o primeiro evento de surfe na história a premiar o melhor com um cheque de US$ 100 mil - e olhe que era apenas uma etapa do WQS. Este ano, no mesmo US Open, na mesma Huntington Beach, patrocinado pelas mesmas Hurley e Nike, o local do pico repetiu a dose e garantiu os mesmos US$ 100 mil de 2009. Bateu incontestavelmente na grande final o melhor surfista da temporada, Jordy Smith.

O norte-americano não apresentou nada fora do normal. Na final, Smith caiu diante de uma estratégia bem arrumada de Simpson. Ele foi assim durante todo o US Open. Consistente, metódico, vez por outra arriscava mais que o necessário. Um conhecedor nato do pico.

Os juízes propagam querer um surfe progressivo, inovador, mas lá dentro tem um monte de gente que ainda se derrete com uma linhazinha, com pressão nas manobras e também com o velho base-lip.

O surfe é assim mesmo. Os de menos talento, com um jogo bem definido, reúnem condições de vencer. Brett, atual 24º do mundo, está de parabéns. Transformou o esporte numa caixinha de surpresa. Nem sempre o medalhão vai ganhar. E olhe que não falta ajuda para isso.

Brasileiros chegaram nas quartas de final com um time consistente, formado pelos meninos de ouro da Oakley - Adriano de Souza (Mineirinho), Jadson André (Foto acima: Michel Lallande) e Miguel Pupo -, mais o destaque mundial Gabriel Medina. Ficaram todos pelo meio do caminho.

A bem da verdade, em algumas disputas, notadamente as de Mineirinho e de Jadson, as avaliações foram confusas. Não sou do tipo que enxergar uma conjunção mundial para derrubar o Brasil, mas houve erros de critério e supervalorização nas ondas de Granger Larsen, contra Mineiro, e, mais ainda, nas de Mick Fanning diante de Jadson.

Fanning e Jadson se enfrentaram nas quartas - só o potiguar e Miguel Pupo passaram para a fase. Sem vestir camisa verde-amarela, afirmo que Jadson ganhou tranquilamente a disputa. Arriscou aéreos 360° - e acertou todos -, finalizou bem as ondas, assim como também, na sua última apresentação, apostou nas manobras tradicionais, bem executadas, com finalização acima da média. Não fez a nota.

Fanning rabiscava. Sabia que o mais singelo dos movimentos traria as notas e a sua vaga às sêmis. Jadson esperou pelo resultado na beirinha. E não entendeu quando deram a vitória ao australiano. Aliás, ninguém entendeu nada. O brasileiro levantou a torcida, os narradores, os internautas. Só não sensibilizou os juízes. Paciência.

No Pro Júnior, Alejo foi o segundo colocado, por causa de uma interferência em Miguel Pupo, que ficou em quarto. Pupo já não via a menor graça de disputar o título da Júnior. Já havia passado por poucas e boas no main event. Não certou nada. Alejo, por sua vez, venceria fácil não fosse o vacilo.

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