Mineirinho colocado em xeque

Mineirinho se prepara para espancar a esquerda em Hossegor
Jadson esconde-se do sol num tubo profundo no round 1

Adriano de Souza é um incompreendido na ASP World Title Race. De uma hora para a outra, parece ter perdido aquela performance que anestesiava os árbitros do Dream Tour.

Em Trestles, ficou pela terceira fase, caindo diante Kieren Perrow. Logo desencanou e focou o Quiksilver Pro France, em Hossegor - e em outros três picos que servem de apoio para a realização do evento. Dessa vez, Mineirinho ficou na primeira repescagem. A derrota foi para Gabe Kling.

Até que ponto o brasileiro tem sido prejudicado pelos árbitros? Essa uma a questão a ser dissecada.

Os últimos resultados não ajudam em nada Mineirinho na corrida pelo título. Ele até já saiu do G-5, após Tretles - caiu para sétimo -, e deve descer um pouco mais, após o término da etapa francesa. Não existe caça às bruxas do Surf Is In The Air, que reiteradas vezes se posicionou avesso a uma "perseguição" armada contra os brasucas. Mas que houve alguns erros de avaliação, houve.

Talvez porque o brasileiro tenha chegado a um nível tão alto na elite, que o pessoal da casinha sempre espera mais de suas exibições. Consequentemente, em ondas boas, embora abaixo da sua capacidade, tem levado meio, 1 ponto a menos do que merece. Isso está errado.

Em Trestles, contra Perrow, ficou evidente. Perrow teve méritos e por isso levou a bateria. Escolheu as melhores. Mineirinho, na sua última tentativa, pegou uma onda intermediária da série, quando poderia ter mais calma e descer a que vinha logo atrás, melhor e maior. Não o fez. Mas, as suas duas ondas, fossem nos cometários dos narradores brasileiros, fosse na avaliação do SI²TA (inventei essa abreviação do Surf Is In The Air agorinha), as suas duas notas foram abaixo do que merecia. Principalmente a segunda, de frontside, que embora fosse pequena, surfou dentro dos critérios.

Na etapa da França, paralisada por falta de ondas novamente nesta terça-feira (28/09) (http://quiksilverlive.com/profrance2010/live.pt.html), o julgamento também foi considerado solto, despropositado. É fácil. É só comparar as ondas de Mineirinho e Kling. Mineiro recebeu um 3,93 na sua segunda melhor performance, escore baixo para a sua apresentação. É só colocá-la disposta à primeira, que fez um 6,17. Kling abusou de manobras sem power, passando...

Mineiro é o gente boa do Tour. Não só com os atletas, mas também com os jornalistas que cobrem o evento. É um menino massa. Falta-lhe um pouco de malícia. A mesma de Kelly Slater, que em Trestles achou estar sendo mal avaliado e chegou junto da arbitragem. Para "conversar". Saber o que os caras queriam assistir e fazer pressão ao mesmo tempo. O final da história todo mundo sabe: o enecampeão mundial levou a etapa californiana.

Adriano tem de se impor fora da água, mais que tudo, neste momento. No mar, ele se garante. O paulista tem argumento, educação fora de série, e não custa nada bater um papo com os homens. Vai ajudá-lo. Pode ter certeza.

Jadson continua no evento, também está na repescagem. Pega o australiano Matt Wilkinson que está em ascensão no circuito. Bateria dura. Vai ter de usar todo o seu repertório para passar. Jadson tem a segunda maior nota do evento, até o momento. Fez um 8 num tubo de front sensacional. É ficar na torcida.

O vídeo do embate entre Mineiro e Gabe Kling para o leitor tirar suas próprias conclusões está neste link http://quiksilverlive.com/profrance2010/videos.pt.html. É para dar a sua opinião. É assim que as coisas funcionam por aqui. Ninguém é dono da verdade.

Abaixo, as cenas dos melhores momentos dos dois dias de evento.



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