Arte pura de Parko

PRESSÃO & ESTILO Parko rasga forte para chegar o alto do pódio
É CAMPEÃO! O australiano festeja mais uma conquista na carreira no Havaí
Assim como todo amante do futebol do Recife tem o Salgueiro como segundo time, no surfe vibro com Joel Parkinson como uma espécie de segundo ídolo. Está bem. Talvez ídolo seja demais, mas sempre foi nele que apostei todas as fichas, como o cara que podia bater Kelly Slater, só que sem o sengue no olho de Mick Fanning e do saudoso Andy Irons. Parko é aquele cara que gosto de ver surfar. Sua linha, sua modernidade com pitadas clássicas e sua colocação em ondas tubulares me impressionam. É arte pura.

Por isso, não me espanta ter levado a primeira jóia da Tríplice Coroa Havaiana, o Reef Hawaiian Pro, em Haleiwa, no último domingo, mesmo afastado das competições por quatro meses.

Se pelo mundo e em casa, na Austrália, já toma o mar com ares de rei, no Havaí ele sente que aquele pedaço de terra abençoado, cercado de água salgada por todos os lados, também tem um pouco de seu lar. Não à toa, deu um passo importante para conquistar o terceiro caneco geral da Tríplice Coroa.

Nos últimos dois anos, tudo tem dado errado na carreira profissinal de Parkinson. Em 2009, tinha tudo para ser campeão mundial, mas se contundiu e viu o seu amigo-irmão Fanning atropelar na reta final e ganhar um título que, sinceramente, nem ele acreditava que seria seu. Este ano, quem assustou no início foi Taj Burrow, mas Parko estava sempre ali, numa daquelas posições que somada a uma vitória no WT, tinha tudo para se transformar num terceiro, segundo lugares postos indispensáveis para quem sonha com o título.

Aí ele levou o corte no calcanhar, assistiu de camarote Taj definhar no circuito, além de observar a ascensão do sul-africano Jordy Smith e a sua disputa particular com o já decampeão Kelly Slater.

Este fim de ano para Joel Parkinson tem tudo para ser emblemático. Parece aquela história do "primeiro ano do resto de sua vida". O recomeço com uma cara vitoriosa. Tem tudo para levar a Tríplice e entrar em 2011 com gosto de gás, pensando somente no título que não deve ter Slater na disputa. Isso já é grande coisa. E se o principal rival for somente Jordy, por mais que o sul-africano seja o novo queridinho da arbitragem internacional, acredito que o autraliano, enfim, possa chegar ao topo. Seria uma justiça com um dos mais talentosos surfistas que o mundo viu nascer.

Vídeo das finais

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