Jeremy Flores domina Pipe

PERSISTÊNCIA Jeremy Flores conquista o título do Pipe Master
Nem Kelly Slater, nem Taj Burrow, muito menos Joel Parkinson. Coube a um francês a honra de vencer o Pipe Master 2010 e fazer a homenagem ao havaiano Andy Irons, um dos ícones do surfe mundial, que faleceu recentemente - a competição, lembre-se, era em sua memória. Título mais do que justo, uma vez que o local das Ilhas Reunião, durante todo o evento, fez o que quis e pegou os tubos mais incríveis. Bateu, inclusive, o australiano Kieren Perrow, técnico tuberider, que parecia estar iluminado. Faltando três minutos para o final, após estar atrás e precisando de um 8.6, ele entubou profundo e tirou da cartola um 9.37, desnorteando o adversário.

Foi o primeiro título de um Europeu na etapa mais glamourosa da ASP World Title. Com só 22 anos, a taça de Jeremy pode representar o símbolo da tomada da nova geração do surfe mundial nos próximos anos. Ao sair da água, até o mestre Kelly Slater, que havia perdido para o próprio francês, nas sêmis, chegou junto para reverenciar o companheiro de equipe, visivelmente emocionado.

Perrow, que liderava o confronto com um 6,5 e um 7,27, foi condenado justamente quando todos achavam que iria levar o título facilmente. As ondas simplesmente não entravam na bancada de Pipe. Mas na última série, aquela que entra para equilibrar a partida e dá contornos justos a disputa, pegou a sua e vacou. Concentrado, Jeremy fez o seu papel, logo depois. Recaiu sobre o australiano a maldição de ter jogado sem ter no seu somatório uma high score - em todas as outras baterias teve o lastro de uma nota mais alta para puxar a sua vitória. O soco desferido na prancha, dentro da água, com muita violência, foi uma analogia fiel do seu descontentamento. Mas perdeu. E a França pode comemorar o maior feito do surfe do seu País.

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