Raoni no lugar que merece

ELITE Raoni confirma a vaga para disputar o ASP World Title, em 2011


Por Márcio Markman*

Bela vitória de Raoni Monteiro. Valeu à pena acompanhar a segunda prova da Tríplice Coroa Havaiana. Ao carioca, além de repetir o título de Fabinho Gouveia, em 1991, valeu o heróico e surpreendente retorno ao WT. Em Sunset, Raoni ganhou de Mick Fanning, Joel Parkinson, Jadson André, Taylor Knox e Dean Morrison, todos surfistas do WT. Também despachou queridinhos da mídia, como Julian Wilson, John John Florence e Granger Larsen. É bom que ele lembre sempre disso, pra entrar com moral no WT 2011 e já fazer bonito em Snapper Rocks. Sempre achei que Raoni tem um surf completo. Forte, estiloso, moderno, bom de tubo, seguro pros dois lados. Nunca entendi porque o cara nunca foi pras cabeças. Perdão pelo trocadilho infame, mas talvez seja justamente pela "falta de cabeça". Espero que agora, pai de família, mais maduro, ele tenha colocado a cabeça no lugar e possa conquistar o espaço que é dele de direito. Parabéns!

Alejo Muniz é o penúltimo da lista dos que estão se classificando pelo ranking do antigo QS. Tem 18.354 pontos. Pelo que surfou na temporada, merecia já estar dentro do WT 2011. Mas as mudanças no Tour fortaleceram a elitização do ranking. Hoje é muito difícil um cara que está no WT perder uma vaga para quem só disputa etapas prime ou de 6 estrelas.

São seis ameaças para Alejo. Sinceramente, acho difícil que ele perca a vaga. Para isso acontecer, é preciso que dois desses seis caras que estão no WT conquistem o resultado necessário. Se só um deles for bem em Pipe, quem dança é Julian Wilson, o último da lista do antigo QS.

Veja quem são as ameaças:
Gabe Kling - precisa de um 9o. lugar em Pipe.
Travis Logie - precisa de um 9o. lugar.
Tom Whitaker - precisa de um 9o. lugar.
Dusty Payne - precisa de um 5o lugar.
Roy Powers - precisa de um 5o. lugar.
Kay Otton - precisa de um 3o. lugar.

Portanto, ao que tudo indica, o Brasil terá, no WT 2011, um timaço formado por Adriano “Mineirinho” de Souza, Jadson André, Heitor Alves, Raoni Monteiro e Alejo Muniz.

Se a ASP não tivesse promovido mudanças que encolheram o WT, o Brasil ainda teria mais dois belos reforços: Wiggolly Dantas e Willian Cardoso. Miguel Pupo seria o primeiro alternate. Veja os 15 que entrariam pelo antigo ranking do WQS:

1 – Heitor Alves (BRA)
2 – Raoni Monteiro (BRA)
3 – Josh Kerr (AUS)
4 – Alejo Muniz (BRA)
5 – Julian Wilson (AUS)
6 – Cory Lopez (EUA)
7 – Wiggolly Dantas (BRA)
8 – Aritz Aranburu (ESP)
9 – Granger Larsen (HAV)
10 – Willian Cardoso (BRA)
11 – Tanner Gudauskas (EUA)
12 – Ben Dunn (AUS)
13 – Nic Muscroft (AUS)
14 – Yadin Nicol (AUS)
15 – Nathan Curran (EUA)

Tudo bem, temos que levar em consideração que, com as novas regras e os resultados do WT contando também para o world ranking, como é chamado o antigo QS, a maioria dos tops 45 não deu muita bola para as etapas prime ou stars. Foram poucos que conseguiram bons resultados fora do WT, mas, provavelmente, seria outra história se os resultados do WT não contassem para o ranking de acesso.

* Márcio Markman é jornalista e um dos caras que mais manjam de surfe que conheço

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