Hora da verdade

Foto: ASP/Robertson
NA LUTA Caio Ibelli é o único brasileiro que pode levar o título mundial
O World Junior Championship está nos "segundos finais", em North Narrabeen, na Austrália. E só um brasileiro pode pode ter seu nome fixado na galeria brasuca de surfistas que já levantaram a taça: Adriano de Souza, Pedro Henrique e Pablo Paulino. Antes de falar dos caminhos de Caio Ibelli, o "cara" do Brasil no Mundial, alguns comentários individuais  se mostram urgentes, em relação a outros dois surfistas - Miguel Pupo e Krystian Kymmerson.

Miguel chegou praticamente sem chances de lutar pelo título, por causa da 17ª colocação registrada na Praia de Keramas, em Bali. Com só duas etapas no circuito, a organização da ASP reduziu aos primeiros colocados na primeira disputa a luta pelo título desta temporada. Mesmo assim, Miguel é o melhor entre todos até o momento, na Austrália. Mostra variedade enorme de manobras, fluidas e com muita pressão. Além disso, sempre tira da manga um aéreo, que ele sabe aplicar muito bem.

No caso de Kymmerson, as apostas no garoto do Espírito Santo foram altas, inclusive por parte do Surf Is In The Air. Na última terça-feira (11/01/2011), ao disputar uma vaga nas quartas, no entanto, mostrou que ainda está verde para disputar eventos com a pressão de Mundial. Como fez em todo certame - a não ser na fase inicial, quando caiu para a repescagem -, coagiu Nat Young, completamente atordoado com o ataque do brasileiro.

Todos já comemoravam uma vitória de Krystian, quando ele cometeu uma das interferências mais absurdas e infantis já  apontadas. Nat tinha a prioridade, o brasileiro disputou a onda com o norte-americano, ainda deu uma olhada e viu o adversário dropando a valinha e, mesmo assim, foi para cima, atrapalhando-o. Ele foi tão acintoso que por um momento achei que a penalidade cabia a Young. Mas não foi. O capixaba terminou perdendo a vaga, mesmo surfando muito mais que o gringo.

Se houver justiça no WJC, do jeito seguro que está caminhando para a final, dificilmente Caio Ibelli deve perder o título. A consistência competitiva do paulista é de impressionar. Não se afoba e mostra uma segurança fora do comum para fazer a sua onda. Caio vem ganhando tudo - ou chegando perto da final dos eventos que tem disputado - e está consciente da sua potencialidade. E, pelo jeito, o "se ligue" recebido na primeira etapa do evento, quando caiu para a repescagem, foi a aula que faltava para ele levantar a taça. Grosso modo, se passar mais duas baterias, assegura o título.

Especificamente, Ibelli tem de torcer por uma vitória de Nat sobre o sul-africano Dale Stapples, segundo do ranking, e passar para as sêmis. Se Nat, passando por Stapples, perder nas sêmis, o brasuca já vai ser campeão. Caso Dale siga no evento, o paulista terá de acompanhá-lo até a final. E vencer a etapa.

BATERIAS DAS QUARTAS
1ª) Kiron Jabour (HAW)
Caio Ibeli (BRA)

2ª) Marc Lacomare (FRA)
Charles Martin (GLP)

3ª) Dale Staples (ZAF)
Nat Young (USA)

4ª) Mitch Crews (AUS)
Miguel Pupo (BRA)

Miguel Pupo - passagem para as quartas


Caio Ibelli


Krystian Kymmerson

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