Foto: Cestari/ASP
PRECOCE Carissa tem 18 anos e muito surfe no pé. Fez a sua 5ª final seguida |
O surfe feminino evolui a olhos vistos. Antes, a disputa entre as mulheres era colocada de lado sem a menor cerimônia. Nos dias atuais, vê-las em ação é garantia de diversão. As manobras estão mais soltas, mais radicais e algumas delas se dão ao luxo de dar aéreos - e voltar das manobras. Coisa que, até pouco tempo, era reservada só para os meninos.
Carissa vem o Havaí e deu uma aula na Barra da Tijuca. Mais do que isso, fez acender um sinal de alerta em relação ao surfe feminino no Brasil. Enquanto os garotos brasucas evoluem a olhos vistos e chegam maduros e treinados ao circuito mundial, as meninas daqui parecem estar um passo atrás da nova ordem mundial. Infelizmente.
Enquanto o mundo prepara seus talentos, no Brasil a mulherada tem de se virar como pode. Salvo raras excessões, como as próprias Silvana e Bruna Schmitz, que têm condições de disputar de igual para igual na elite internacional.
O exemplo estava no mar. Uma a uma, as brasileiras escolhidas como convidadas no Billabong Pro caíram diante das gringas. O nosso power não é o mesmo, a nossa pressão nas manobras, idem. Perdemos em velocidade e em tudo mais quando somos colocados a prova contra as representantes de outros países.
Diana Cristina (Tininha), a índia potiguara, é um exemplo de talento desperdiçado. Tem um surfe internacional. Pode chegar junto. Mas esbarra na falta de patrocínio. Muito, a bem da verdade, por não ser loura dos olhos azuis. Nada contra as lourinhas que surfam muito. O mercado e o esporte são para todas as matizes. Mas o apelo é pela falta de interesse e bom-senso dos empresários. E só as marcas podem elevar o nível do surfe nacional no segmento.
Enquanto isso, o Brasil é um exército de um homem só, com a guerreira Silvana lutando contra tudo e contra todos. E, pelo menos em pouco tempo, esse cenário não deve mudar. Mas nunca é tarde para fazer um trabalho pensando na evolução. Pensei nisso.
Final: Moore vs. Fitzgibbons
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