G-Land é a bola da vez

Foto: ASP
PERFEIÇÃO CILÍNDRICA G-Land tem ondas de sonho. E se estivesse no Dream Tour?
O hiato entre a prova nacional do ASP World Title (WT) e a próxima etapa, em Jeffreys Bay, na África do Sul, é uma BR-101 em linha reta. Do Brasil para a África do Sul pode contar, aí, longos 54 dias sem evento na elite. Atenta à distância e na eterna busca por dividendos, ASP lançou no seu site (http://www.aspworldtour.com/) a campanha para que G-Land volte ao circuito dos sonhos nesta época, em 2012.

E apela ao torcedor para que faça todo tipo de pressão. Pelo facebook, twitter, nas conversas de mesa de bar, nas trocas de ideias com os seus avós, todo tipo de lembrança é bem-vinda.

Surfista é um tipo interessante. Quando jovem, "mata e morre" para chegar ao Dream Tour. Estando lá, a coisa muda de figura. O circuito passa a ser chamado de cansativo - e é mesmo, vá lá -, rotineiro, sem vida e uma nova etapa na elite poderia causar uma grita sem precedentes entre os craques da pranchinha.

A ASP não é boba, nem nada. Lançou no ar um lugar paradisíaco, para pegar os profissionais pelo estômago, e pode ser que haja realmente êxito em cima dessa campanha. G-Land no cardápio seria, sem dúvida, um dos pratos principais numa temporada dos melhores do mundo.

A cada ano que passa, o surfe galga índices mercadológicos nunca vistos. O aumento do número de etapas e premiação - neste caso, bem menor do que deveria - é natural. E os surfistas profissionais, dentro dos parâmetros considerados normais, assim como os tenistas, só para tomar outra categoria como parâmetro, têm de ter consciência que o negócio é realmente pesado.

É aquela história do mel e do fel. O prazer e o desprazer vêm em doses cavalares. É para quem está preparado.

A elite do tênis, onde se encontram atletas milionários, participa de mais de 15 eventos durante um ano. É de se entender, no entanto, a necessidade de fazer o freesurf que o surfista tem e a responsabilidade com as campanhas de marketing dos patrocinadores. Um calendário organizado acabaria com essa situação asfixiante.

Tudo isso vai ser resolvido com o amadurecimento da ASP e dos profissionais. No entanto, como está, com buracos sem o mínimo de sentido cronológico, não se pode continuar. Voto pela volta de G-Land ao Mundial.

Faria um bem enorme ao circuito. É melhor uma G-Land a mais do que algum outro beach break internacional colocado na lista só para a ASP se dar bem nas negociações. Pensem nisso.

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