Herói chamado Danilo Couto

Foto: Billabong/Divulgação
É NOSSO Extasiado, Danilo Couto levanta o checão de US$ 50 mil
Danilo Couto viciferou, chorou, vibrou, dedicou... Ao mesmo tempo, emocionado ao extremo, parecia não entender o significado do prêmio "Ride Of The Year" do Billabong XXL, no The Sun Theater, em Los Angeles, na Califórnia, condedido ao brasileiro no último dia de abril. Os finalistas foram colocados lado a lado para a apoteose da noite. Aos poucos, um a um foram sendo descartados pelo apresentador. No final, sobrou o baiano, radicado há 14 anos no Havaí, que não poderia perder, este ano, o troféu cobiçado pelos big riders de todo o planeta. Venceu um predestinado.

Danilo também provou. Antes de ter ser nome anunciado e ver o The Sun cair em emoção junto com ele, esteve na famigerada lista de final em quatro ocasiões. A cada ano, as palavras do conterrâneo Carlos Burle, de que a festa é feita por gringos e para os gringos, pareciam ser donas de uma realidade cruel. Imutável. Mas dessa vez aconteceu o contrário. Como aquele grito de gol entalado na garganta, Danilo pôde, enfim, comemorar o título, numa edição do Billabong XXL em que foi indicado em outros dois prêmios. Só isso já denunciava que as cartas marcadas do surfe internacional, pelo menos naquela noite, abriam alas para uma noite realmente especial.

Danilo acertou... Há 14 anos, não pensou duas vezes em ir morar no Havaí. Ter sangue de big rider o fez deixar tudo para trás e correr atrás do seu maior sonho: surfar as ondas pesadas da Meca do Surfe Mundial. Por lá, ao lado de "Outers Baianos" - destacam-se aí Yuri Soledad e Márcio Freire-, ganhou notariedade e respeito por seu apetite voraz, principalmente nas ondas de Jaws, seu quintal no aquipélago norte-americano.

Danilo dividiu. Chamou a filha do big rider Sion Milosky, que morreu após cair numa onda em Mavericks, recentemente, e fez um discurso em memória do amigo, com quem havia trocado algumas palavras antes da sua última onda. Tornou-se um campeão em todos os sentidos.


“A felicidade é sem fim, uma missão que durou vários anos e finalmente realizada. Estou muito feliz em proporcionar esta emoção a todos ao meu redor, familia, amigos, apoiadores e, principalmente, ao povo brasileiro, que é trabalhador e batalhador no sangue e na alma. Esse título é nosso”, vibrou o surfista, de 36 anos, de Barravento, que  proporcionou um furor de emoção incomum. Entre os seus conhecidos e até naqueles que muito pouco esbarrava com ele. Era a prova inequívoca que dessa vez o prêmio tinha de estar em suas mãos. Dessa vez, a razão foi mais forte. E venceu na festa feita por gringos e para gringos.

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