Pouquinho de Bali na veia

Fotos: Roberta Mayanah
SUNSET Por do Sol daqueles, de tirar o fôlego, em Kuta
HISTÓRIA Um dos templos de Bali. Se der bobeira, os macacos pintam e bordam 
CASAL 20 Zezito e Roberta em mais uma aventura envolvendo surfe e cultura
NA TOCA Zezito mostra como se faz quando a onda arma o velho cilindro
DE OLHO O pernambucano mira onda vai acertar, um segundo depois
Roberta Mayanah
Fotos e texto

Sabíamos que era um dos grandes destinos turísticos e de surfe da Asia. Mas a chegada em Bali nos surpreendeu. Esperávamos que fosse pequena e pacata, como se pede uma ilha tropical. E aquele paraíso não é nada disso. É uma província com mais de três milhoes de habitantes e 5.632 metros quadrados de área. Nem por isso deixou de ser uma viagem bela, com experiências surpreendentes. Valeu por termos conhecido a cultura, as paisagens únicas, as pessoas, a arte, a arquitetura e as ondas perfeitas, difíceis de explicar.

Bali, a principio, pareceu agitada e confusa como grande parte das cidades médias de terceiro mundo, com suas motos e carros velhos num trânsito difícil de entender. Logo, começamos a perceber que estávamos num lugar especial, onde os homens usam sarong (pedaços de tecidos com cores vivas) e as casas parecem templos.

E claro que a ilha tem muitas peculiaridades e só pudemos conhecê-la um pouquinho. Por exemplo: eles têm um calendário diferente, de 210 dias, que se repete durante o nosso ano. Acreditam em magia negra e em deuses bons e maus. Para eles, essas divindades moram no topo das coisas, por isso, nenhuma casa é construída acima da altura dos coqueiros.

De maioria hindu, os balineses depositam diariamente suas oferendas para os bons deuses diante de suas casas e estabelecimentos comerciais. São cestinhas feitas de folha de coqueiro trançadas, lindas, decoradas com comidinhas, incenso e flores. Andando pelas ruas de Bali, é quase impossível não pisar em nenhuma delas. Mas não há problema. Segundo a crença local, "os deuses comem rápido". Nosso taxista Ketut explicou que o Hinduísmo, em Bali, é diferente do praticado na Índia, mas que eles também tem um sistema de castas.

Assim fomos descobrindo Bali, aos pouquinhos, nos dedinhos de prosa. Ficamos hospedados no Green Garden Hotel, em Kuta. Essa a região concentra os grandes hotéis e resorts na ilha. Um lugar bonito, central, onde achamos mais cômodo ficar. Resolvemos alugar um táxi, uma dica de amigos, o que aprovamos e também indicamos.

Quando se pega um taxista legal, como o que pegamos, ele também pode servir de guia, dar sugestões e falar sobre detalhes de Bali. Os hotéis disponibilizam táxis, mas o nosso queria nos cobrar um valor alto. Chamamos um de fora e o conseguimos por um preço acessível. Também e possível alugar um carro, mas o trânsito é complicado. E dizem que os guardas estão de olho para "multar" turistas distraídos, que entram na contra mão - Bali praticamente não tem sinalização de trânsito e segue a mão inglesa.

Bem cedo, o taxista sempre vinha nos pegar, depois de decidirmos onde estavam rolando as melhores ondas, acessando o Bali Wave, melhor site local para os surfistas se informarem sobre as condições de mar na ilha. Bali também tem seus problemas, o principal deles é que todos os habitantes querem lhe vender algo. E olham para você com cifrões nos olhos.

Os campos de arroz, outra grande atração da paisagem de Bali, as engarrafadas avenidas de Legian e Kuta, as ruas apertadas entre casas e prédios, realmente não tínhamos esta ideia. Fomos para Uluwatu surfar e assistir ao por do sol a beira do penhasco. Ketut, nosso taxista, foi nos explicando que em Uluwatu existe uma deusa que se enamora por rapazes. Por isso, leva a vida de vários deles no mar.

Fomos a um templo que fica em cima de um penhasco incrível, um dos mais bonitos visuais de Bali. Mas é preciso ter cuidado porque os macacos do templo roubam objetos pessoais e metem as maozinhas nos bolsos e bolsas dos incautos. A Kecak Fare Dance a beira do penhasco com o sol se pondo ao fundo é "Maravilhoso". Praias incriveis como Uluwatu, Padang Padang, Nusa Dua e Serangan são perfeitas para a terapia mental e a prática do surf em Bali.

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