Raio-x do BSP

Fotos: Alexandre Gondim
CAMPEÃO Tomas surfou bem o evento todo e mereceu a vitória no Cupe
MODERNO Com repertório de manobras progressivo, Tomas conquistou os juízes
EXPLOSÃO As manobras de Galini com muita pressão foi um show à parte
CONSISTÊNCIA Sempre que compete no Cupe, Jano Belo dá trabalho
FENÔMENO Campeão do ano passado, o talento Jhones não se achou nas sêmis
CRAQUE "Substituta" de Silvana Lima, Tininha continua sem patrocínio. Por quê?
Desde o início, a etapa de abertura do Brasil Surf Pro (BSP) foi uma luta entre nordestinos, em peso na elite nacional, e sulistas, que tentavam sair-se bem nas difíceis condições da Praia do Cupe, em Ipojuca.

As ondas oscilaram entre boas e regulares durante todo o evento e o vento ia e vinha sem o aviso prévio. Condições típicas do local, aproveitadas até a última instância pelos atletas regionais. Tomas Hermes, o único representante do Sul/Sudeste entre os quatro melhores, tinha no seu encalço três do Nordeste - Bruno Galini, vice-campeão, Jano Belo e Alan Jhones. Mas dessa vez, armado até os dentes, conquistou a etapa de forma épica, com duas notas excelentes diante de Galini.

"Fiz pranchas específicas para a competição no Cupe. Das outras vezes não fui tão bem, mas a aposta valeu o título. Fiquei feliz por começar o ano com pé direito no BSP", comentou.

O campeonato oscilou bons e maus momentos. Tudo natural. No cômputo geral, os atletas mostraram que estão cada vez mais se utilizando das manobras aéreas como forma de obter bons escores dos árbitros. Não existe mais um o outro especialista na arte, mas vários.

Halley Batista, Alan Jhones, Isaías Silva, Messias Félix e o próprio Tomas mostraram que quando o assunto é voar, o surfe nacional está nas mãos de bons pilotos. Entre os power surfers, além dos já consagrados, como Márcio Ferney, vê-se aí o surgimento de uma nova patada atômica: o baiano Bruno Galini. De costas ou de frente para a onda, faz explodir ao desferir as suas batidas.

No evento feminino, para fechar com chave de ouro, um encontro de gerações na grande final. De um lado, o jovem talento nacional Diana Cristina (Tininha). Do outro, a experiente Tita Tavares. Tininha levou mais essa, no entanto, sem facilidade. Tita forçou o que pode.

Fica mais uma vez a pergunta. Se Tininha sobra no Brasileiro e, atualmente, só perde em termos de surfe para  Silvana Lima, qual o motivo que a faz passar despercebido das grandes corporações do surfe? Eu até sei. Mas o motivo é tão vil, que não vale a pena ser publicado.

O nível da competição tem tudo para aumentar nos próximos eventos, dependendo das condições de onda. Isso mostra que a democracia implantada pela ABRASP - dá um incremento no número de competidores, subindo para 60 - só está fazendo bem ao circuito e ao surfe nacional. O bolo tem de ser dividido. E assim está sendo feito.

BASTIDORES
Qual a diferença da onda do Cupe para as do Sul-Sudeste?


O que é a onda do Cupe?

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