EU VOLTEI! Júnior tem um cardápio agressivo de manobras. A elite que o espere |
Júnior Faria inverteu a lógica. Parte da criteriosa equipe da Hang Loose faz tempo, muito cedo decidiu-se por cair estrada, sim, mas à procura de ondas perfeitas. Muitos não entendiam a posição do paulista. Era jovem, desde cedo integrou as listas de futuros talentos tupiniquins, tinha talento e patrocínio forte, mas algo nos campeonatos não soava bem. Queria só a sintonia com mar. E isso não é pouco.
Bom de argumento - oral e escrito, não é a toa representou os atletas no Hang Loose Pro Contest 2011 e escreve para a Hardcore -, da mesma maneira que cansou de explicar os motivos anticampeonato, soube como ninguém preparar a sua volta ao "mundo dos loucos". Mas não para ocupar um lugar qualquer.
Desde o ano passado, Júnior segue o seu trabalho de formiguinha, somando pontos preciosos nas etapas primes por onde passa. Voltou a viver com a pressão dos pódios. E estão superbem, ambos, diga-se.
Nos últimos eventos, tem sido um páreo duro para os adversários. Em Trestles, na Califórnia, ficou na quinta posição, eliminando ninguém menos que Alejo Muniz. No Mr. Price Pro, realizado na África do Sul, em Ballito, já alcançou a terceira rodada (clique AQUI para assistir ao evento), nesta quarta-feira (6/7). Vai fazer uma disputa brasuca, com Wigolly Dantas, nas oitavas de final.
Na luta pela vaga na elite - e pela chance de chegar às quartas de um evento prime location da divisão de acesso, pela quarta vez, em um ano -, soma 11.595 pontos e está em 56º na classificação. Muito perto do ataque ao cume. Talvez no corte do meio do ano, não. Mas até o fim de 2011, se continuar entortando adversários, deve ser figurinha do WT, certamente, em 2012.
Pontuações baixas para substituir na soma de seus oito melhores resultados tem para dar e vender - na realidade, quatro deles, podendo dar saltos grandes no ranking a cada Prime (Veja AQUI). Muito mais do que alguns atletas que estão na sua frente.
Júnior não tinha intenção de provar nada a ninguém. Foi pego, de súbito, por uma nova paixão, e entregou-se totalmente a ela. Sem medo de ser feliz, sem medo das pressões, sem medo de passar baterias. Mas, sem querer, mostrou que freesurfers não precisam estar em decadência para escolher a profissão. E que ser um surfista errante não significa ter uma qualidade menor. Pode, sim, estar ali, disputando braçada a braçada, uma colocação que seja.
Do mesmo jeito que estava lá, Júnior agora está aqui, com fome de ondas, de pontos e de premiações. Tem estilo, é moderno, ama os tubos... Não tinha mesmo por que ficar de fora da festa. Também é bacana desfrutar o que essas viagens pelo mundo, pelas ondas, costumam proporcionar.
Melhores momentos do 1º dia do Mr. Price Pro
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