Medina: novo extraterrestre no surfe?

Foto: Nike
AIR Medina segue impressionando o mundo do surfe. Será o novo Slater?
Gabriel Medina é um desses lugares-comuns da vida. No caso dele, essa trivialidade se dá pelo talento que emana com a prancha debaixo dos pés.

Não é de hoje. Seja no Surf Is In The Air ou em qualquer outra mídia especializada do planeta, segue firme surpreendendo, sendo notícia. É dono de uma linha ascendente que não para de... ascender. É tão à frente dos da sua época, que jogou de lado todo e qualquer prognóstico negativo em relação ao início precoce da vida profissional. Tinha parcos 16 anos. Ele deu conta do recado.

E segue impressionando, agora no Nike US Open Surfing, em Huntington Beach, na Califórnia (Clique AQUI para assisti-lo). E riscou mais três adversários do mapa em mais uma competição. Cory Lopez, Adam Robertson e Kekoa Bacalso chamam-se os incautos.

É difícil falar sempre de uma exibição clássica do garoto. Elas se sucedem violentamente. Haja criatividade! É ruim escrever qualquer coisa sobre Kelly Slater pelo mesmo motivo. Assim como Medina, desde muito cedo o decacampeão mundial ganhou o mundo.

Todos sabiam, até mesmo nos trumbicados anos 1980, quando a internet era só um programa de comunicação de universidades norte-americanas, que existia um adolescente norte-americano prestes a dominar o surfe no planeta. Será que o mesmo se aplica ao paulista, de São Sebastião? Gabriel está anos-luz à frente dos meninos da sua idade. A cada prova Prime do One Ranking, impressiona pela fluidez, pelos aéreos, pela linha - vide o SuperSurf da Praia da Vila, do qual saiu vencedor.

Se é um novo Slater -  é sempre assim, a cada surgimento de um novo talento se buscará, no mundo, um substituto do extraterrestre -, pode ser, sim. Não há porque temer ser tachado louco pelo comentário. Um e o outro têm mais semelhanças que diferenças.

No momento, talvez sejam diferentes só na maneira de encarar a competição, na frieza polar de decidir uma bateria nos segundos finais.

Esses detalhes fizeram Slater sobrar durante 20 anos no Tour Mundial, mais o fato de ter se adequado, "camaleonicamente", às novas ordens do surfe surgidas neste período. Ser hegemônico, no caso de Medina, depende também de outros fatores. Que geração é essa que vem por aí? A contemporânea de Slater permaneceu estática, contemplativa.

Ainda é cedo para qualquer tipo de análise, mas torna-se necessário escrever a cada show de Gabriel. E a cada escovada do paulista, há que se ter uma ideia de texto. Pode não sair tão bom, mas vale a pena o esforço. O exercício. Afinal, não é todo dia, principalmente no surfe, que temos a oportunidade de ver um bocado de gringo boquiaberto e vibrando junto com os brasucas.

E tudo indica que  mais e mais novos textos sobre o Air Medina virão pela frente. É bom estar, pelo menos, treinado.

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