Com quantos 10 se faz um Medina

Foto: Bonnarme/Aquashot
LUGAR-COMUM Cenas como essa estão mais banais no mundo. Ainda bem
Uma semana para um surfista comum é pouco tempo. Quase nada. São necessários anos para formar um bom atleta ou conquistar uma vaga na elite mundial. Meses para correr atrás, com afinco, de um circuito internacional da divisão de acesso. Semanas para realizar aquela surftrip dos sonhos. E muitos dias de espera por aquele swell inesquecível no quintal de casa. Para alguns, uma semana pode ser uma vida toda. Loucura? Não quando se fala de Gabriel Medina, novamente ele, o menino-prodígio de São Sebastião (SP). Para entender melhor é preciso colocar as cartas na mesa. Então lá vai. Quantos profissionais somam numa carreira quatro notas 10? Poucos. Até alguns de elite, seja que elite for. É difícil cravar o conceito. Muitos campeonatos são encerrados sem uma única nota máxima. Numa semana que disputou dois eventos, em Lacanau, na França, Medina fez quatro dessas. É a "banalização" do conceito de perfeição, que só os gênios conseguem gerar. Na França, não é para menos, levou as duas competições - na final do Pro Junior fez 20 pontos. E quem teve de duelar com o brasileiro - vencedor de todas as baterias que disputou,  ao todo 14 triunfos seguidos - certamente saiu com a pior impressão de si mesmo, a impressão de incapacidade de postular algo quando se está ao lado do fenômeno brasileiro. Na final do Sooruz, em Lacanau, o vice-campeão Mitch Crews, 21 anos e quatro a mais que o paulista, não teve medo de expor a seu sentimento. "Estou muito feliz e, ao mesmo tempo, chocado", disse. "Ele (Gabriel Medina) só me envergonhou aqui (risos). Na verdade, ele é um surfista incrível e você pode até aprender com ele, mesmo sendo ainda muito jovem. É um surfista muito talentoso e estou feliz pelo segundo lugar", concluiu.

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