Só "hecatombe" tira brasucas da elite

Fotos: ASP Images
QUASE LÁ Medina conta as horas para poder disputar as etapas da elite mundial
TRABALHADO Desde cedo, Pupo (acima) e Medina foram forjados para chegar na elite mundial
* Márcio Markman

O tradicional US Open of Surfing teve início na segunda (1º/8), com as disputas da categoria feminina (Veja os melhores momentos AQUI. Se o mar subir, nesta terça (2/8) começa a briga na categoria masculina. É a última etapa prime antes do corte de meio de ano no WT, que ocorrerá após a etapa de Teahupoo. Como dez surfistas sobem para a elite através do one world ranking, o antigo WQS, o evento na Califórnia deveria ser muito importante para a definição dos 32 surfistas que seguem no Circuito dos Sonhos e até, quem sabe, promover algumas surpresas. Deveria.

Mas tudo indica que a lista dos participantes da elite não deve mudar muito. Para a nossa sorte, as duas únicas novidades devem mesmo ser os golden boys brasileiros Gabriel Medina e Miguel Pupo. E, melhor ainda, os nossos cinco atuais representantes na elite devem se manter entre os 32 melhores do mundo.

Adriano Mineirinho (3º) e o estreante Alejo Muniz (13º) gozam da confortável condição de Top-16. Já estão garantidos pelo ranking principal. Outro que está praticamente certo através da classificação pela própria elite é Jadson André. Chega a Teahupoo sete posições acima da “zona de rebaixamento” e dos que estão abaixo, apenas Bobby Martinez tem rodagem nos canudos taitianos. Caso uma hecatombe aconteça e os seis passem Jadson, ainda assim ele se garantiria pelo one ranking.

Heitor Alves não goza do mesmo conforto, mas tem boas chances de permanecer na elite através dos dois rankings. É justamente o primeiro da zona de degola do WT, mas ocupa atualmente sétima vaga do one ranking. Nesta mesma listagem, Gabriel Medina é o quinto, Miguel Pupo é o nono e Raoni Monteiro é o décimo.

Pupo tem 2.891 pontos de vantagem sobre Taylor Knox, justamente o 11º da lista e primeiro surfista a ficar na “lista de espera” do one ranking. Raoni tem 2.423 pontos de vantagem sobre o norte-americano, que nunca conquistou um grande resultado em Teahupoo e, portanto, pode ser considerado “quase lá” no circuito na segunda metade do ano.

Ainda há uma chance, bastante remota, é verdade, de um oitavo brasileiro ascender à elite. Para que isso aconteça, o catarinense William Cardoso precisa, no US Open, somar pontos o suficiente para ultrapassar Taylor Knox no one ranking e depois rezar bastante. A torcida de William é para que, em Teahupoo, Heitor Alves e CJ Hobgood, que estão batendo na porta dos Top 22 do WT, consigam bons resultados. E que Dusty Payne e Bobby Martinez dancem nas primeiras fases. Assim, serão abertas mais duas vagas no one ranking, uma delas para o catarinense.

Difícil, mas não impossível.

Kai Otton (AUS), Granger Larsen (HAW), Yadin Nicol (AUS), Tom Whitaker (AUS), Cory Lopes (EUA), John John Florence (HAW) e Jessé Mendes (BRA) possuem parcas chances de ficar com uma vaga. Precisam de um grande resultado no US Open e ainda torcer contra outros surfistas. Na Califórnia e em Teahupoo.

* Márcio Markman é jornalista e acompanha o Tour Mundial há mais de 25 anos

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