Vibe no sentido correto da palavra

Foto: Cestari/ASP

ALEGRIA Fabinho foi vice, mas se tivesse perdido nas quartas estaria com o mesmo sorriso

Tudo bem. Qual brasileiro não torceu ou arrancou os cabelos para que Fábio Gouveia levasse o título da etapa do WT Master, no Arpoador, no Rio de Janeiro? Mas o que ficou mesmo, o legado dessa história toda foi, sem dúvida, o torcedor nacional, pelo menos o que mora na Cidade Maravilhosa - ou estava por ali de passagem -, ver de perto dinossauros do surfe mundial. Para quem gosta, não é pouco.

Fabinho, com seu carisma e espontaneidade, certamente levou milhares à praia. Ele sempre foi o cara do Brasil. Entre as décadas de 1980 e 1990 a levantar a bandeira entre os melhores da elite. Estava no auge. E ainda é inquestionável. Não ia ser, dentro de casa, que ia dar mole. Não deu.

Até no surfe master aprontam-se surpresas como armada por Nathan Webster. Ele nunca foi muito longe nas etapas do Tour, quando estava na ativa. Mas se encaixou como ninguém nas marolas do Arpex.

Derrota na final, ondas pequenas em todo o evento... O melhor foi assistir, a cada entrevista, a satisfação dos caras por estarem ali, novamente. Havia 9 anos, a competição não era realizada. Como não? Reunir Occy, Currem, Rabbit, Fabinho, Bronco, Teco, Lynch, Tomson e tantos outros devia ser obrigação. Eles marcaram história e não deixam a água salgada nem por decreto. Continuam mandando ver. Pode assisti-los para comprovar.

A palavra vibe é complexa e dita aos quatro ventos na tribo dos surfistas. O significado correto para quem tem o mínimo de curiosidade foi ensinado à exaustão, nas declarações dadas na praia. Do sorriso de Tomson às lembranças de Occy e seu título mundial conquistado numa etapa do Brasil. Até as ondas, pequenas, que poderiam ter estragado a festa, quase passam despercebidas.

Estava todo mundo de coração aberto. Pensando em se rever, reeditar outras disputas, confraternizar-se. Todo mundo queria festa.

Richard Lovett resumiu em uma de suas entrevistas o sentimento da competição. "O bom é estar na água de novo, competindo, ao lado dos meus ídolos. Sobre as ondas, competimos durante anos, no Tour, em condições semelhantes. O negócio é cair no mar e se divertir". Falou e disse.

Em tempo, além de Nathan Webster na master outro que levou o título, na grand master, foi Iain Buchanan que venceu ninguém menos que Rabbit, na final. É isso.

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