Fenômeno pra chamar de brasuca

Foto: ASP Europe/Aquashot
NO TOPO Medina é o surfista da divisão de acesso de melhor colocação no One Ranking
Já se falou nos quatro cantos do mundo: é difícil escrever sobre Gabriel Medina, de 17 anos. Ainda mais este ano. De garoto-prodígio passou a vencer campeonatos. Um atrás do outro. O conceito de fenômeno não precisa mais ser explicado. Só aplicado, deliberadamente, no garoto de São Sebastião. Para completar, nas duas últimas etapas da divisão de acesso do ASP World Title (a elite mundial), na Europa, venceu ambas - fora um evento pro júnior, que também colocou na sua conta, entre uma e outra. Zarautz, no País Basco, foi o palco da vez. Participando das etapas do antigo WQS, Gabriel Medina consegue alcançar a melhor colocação já computada de um competidor da divisão de acesso no ASP One Ranking (14ª posição), que reúne as oito melhores colocação dos tops internacionais, aspirantes ou integrantes do WT. Todo mundo junto e misturado.

Não é pouco. Medina disputa palmo a palmo o ranking geral com os atletas da elite mundial, participantes de campeonatos mais valiosos no que diz respeito à pontuação. Chegar à final de um ex-WQS e vencê-la - com um universo de 144 postulantes ao título -, significa levar uma pontuação menor do que quem perde na quinta rodada de um evento como o finalizado no Tahiti - o Billabong Pro Teahupoo, integrante do WT -, na semana retrasada. A distância é enorme. Em termos prático, Medina, pela taça, levou 3.500 pontos. Já Kai Otton, que caiu no round 5 do Billabong Pro, levou 4 mil. Mesmo assim, o australiano figura na 31ª posição. Se precisava vencer para chegar na elite, após o corte que será dado tão logo finalizada a competição de Nova Iorque, realizada a partir de hoje (Assista AQUI), o paulista exagerou na dose. Para o bem do surfe brasuca.

Em Zarautz foi bom ver, em mais um evento de 2011, os brasileiros dominando as ações. As semifinais foram tomadas de verde-amarelo. Mais um ataque consistente dos representantes do País e, novamente, com boa participação de Peterson Crisanto, finalista com Medina. O paranaense era o "Gabriel" de cinco anos atrás. Ficou esquecido durante um tempo, mas está de volta com a corda toda. Fez boa participação nos eventos júnior da Austrália, no início deste ano, e começa com pé direito a seu caminho na divisão de acesso à elite. É o seu melhor resultado na carreira, aos 19 anos, embora todos achem que o local de Matinhos, que tem o nome em homenagem a Peterson Rosa, seu padrinho, seja mais velho. Não é. É que estourou e está na mídia há muito tempo. Com certeza, um vice como esse só vai colocar Crisanto no trilho das vitórias. É mais um brasuca chegando com força no surfe mundial.

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