Brasil no caminho da hegemonia

PRESENTE Medina é um dos talentos nacionais que visam o título mundial
O Brasil já teve "gerações do futuro" no circuito mundial, mas que nunca chegaram efetivamente ao topo. Não fizeram feio. Longe disso. Hoje, percebe-se perfeitamente o legado deixado pelos pioneiros. A porta arrombada por Fábio Gouveia e Teco Padaratz, a 3ª posição ao fim no ranking mundial com Vitor Ribas, a primeira invasão brasuca com um sem-número de atletas que, se não estavam preparados para integrarem a elite, pelo menos mostraram que uma revolução silenciosa estava acontecendo no Brasil.

Até a pior participação no Tour, com apenas três atletas brigando para sobreviver em 2009 foi importante. Era um rito de passagem, viu-se depois. No World Tour 2011, o Brasil passa a pensar no presente. Livrou-se do agouro futurista.

Há uma diferença primordial no novo contexto. Os surfistas brasileiros não caem mais de para-quedas em meio a paraísos nunca antes vistos na vida. Era assim antigamente. Para Gabriel Medina vencer uma etapa do Tour na sua segunda participação na elite, em Hossegor, na França, foi porque já era um velho conhecido no pico. Para Mineiro ganhar em Supertubos, em Portugal, entra na conta vários anos de visita à praia, treinos intensivos. Não teve segredo ou reinvenção da roda. Houve, sim, investimento e planejamento.

A realidade é baseada em outros números. Hoje, na elite mundial, são 7 os brasucas lutando no circuito. Menos que os 11 de 2001, mas com bagagem para lutar, pelo menos, por bons posicionamentos no ranking e de igual para igual com os adversários internacionais. Das nove etapas, três foram vencidas por brasileiros - duas com  Adriano de Souza e uma com Gabriel Medina. Mais: 20% do contingente internacional é formado pelos brasucas. Entre os top-16, nada menos que três atletas: Mineiro (3ª), Alejo Muniz (13º) e Jadson André (16º). Sem falar em Heitor Alves, o 17º, mesmo ficando de fora da competição francesa.

A melhor notícia que se tem, perto do desfecho da temporada, é que todos devem permanecer entre os melhores do Mundo. Com a perspectiva, em caso de bons resultados, óbvio, de ter esse quadro aumentado com Jessé Mendes, Tiago Camarão e Willian Cardoso.

Ainda restam dois eventos prime da divisão de acesso - em Santa Cruz, na Califórnia, e em Sunset Beach, no Havaí - e outros três seis estrelas importantes, um deles correndo esta semana, no Rio de Janeiro. No presente, não existem motivos para pessimismos. Até porque os talentos começam a brotar por todos os cantos do Brasil. Se é o País do futebol, o surfe, com o tamanho da orla nacional, não vai tardar a ser uma das preferências nacionais. Ídolos brasileiros estão sendo forjados. Era só o que faltava no cenário de um esporte que não para de crescer do Nordeste ao Sul.

Comentários

  1. porque vc não se posiciona em relação às telas de proteção que até hoje não saíram do papel?
    porque vc não expõe na sua coluna todas as mortes que aconteceram este ano por ataque de tubarão a banhistas e que foram classificadas como por caus indeterminada.
    porque vc não luta para acabar com a proibição do surf em nordestão.
    aguardo resposta, obrigado

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  2. Acho que vc lê o blog há pouco tempo. Dá uma sacada neste post que fiz na época em que Marlinson foi atacado por um tubarão no Pina, recentemente. Tem meu posicioonamento.

    http://surfsintheair.blogspot.com/2011/06/por-um-recife-sem-novos-marlisons.html

    Outra coisa, Surfista. Tou de cara limpa aqui, irmão! Que tal assinar o comentário com o seu nome verdadeiro? O troca de ideias ia ser bem mais honesta.

    Abraços!

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