Samba amalucado da ASP

Foto: ASP
INTEIRONA Talentos como Medina não precisam temer o corte do meio do ano
Os últimos tempos da ASP têm sido de embates históricos. De um lado, a entidade que rege o surfe competitivo em âmbito mundial aposta em regras ambíguas, que nem sempre protegem os seus associados - ou dá guarida há apenas alguns poucos deles. Do outro, profissionais do esporte e parte da imprensa especializada combatem resoluções unilaterais, algumas sem o mínimo de bom-senso, que por mais que sejam criadas para a evolução do surfe, acabam remando contra a maré da sua evolução. A última da ASP foi cancelar para 2012 a rotação do meio do ano, que seria feita em agosto, momento em que os 10 piores descem e os 10 melhores do ASP World Ranking sobem para a elite.

A troca na metade da temporada foi duramente contestada por alguns. Ex-top Bobby Martinez foi um deles. Nunca aceitou o fato de um estreante entrar no circuito em fevereiro, na Austrália, e ter a dura pena de sair da disputa no corte semestral. Para ele, todo surfista tinha de ser avaliado por um ano de viagens e baterias. De janeiro a dezembro. E não ficar pelo caminho, quando o negócio começava a esquentar.

O argumento da ASP é atual. As incertezas econômicas para 2012 podem gerar o cancelamento de campeonatos. Com as famosas defesas de pontos dos atletas em xeque - uma etapa de 2011 pode não se repetir em 2012 -, o ranking poderia entrar em colapso, tornando-se mais injusto do que já é.

O Surf Is In The Air sempre defendeu um circuito mais democrático e com maior quantidade de competidores. É contra também o corte do meio do ano. Mas fica a pergunta: até que ponto não se depõe contra a imagem da entidade mais uma mudança em cima da hora? Ainda mais numa das regras mais defendidas pela cúpula da ASP. A Associação, que nem bem saiu de um erro crasso, ao anunciar erradamente, de maneira antecipada, o título mundial de Kelly Slater, parece desequilibrada, à deriva, como nunca antes.

Para os fãs do surfe, a ASP divulgou assim a sua mudança: "Esta foi uma decisão extremamente difícil para nós," disse Dave Prodan, porta-voz da ASP International. "Acreditamos que a rotação 2011 trouxe talentos incríveis, aqueles que mereciam estar entre os melhores do mundo com suas performances na primeira metade do ano. No entanto, a instabilidade da programação da ASP (especialmente em 2012) torna o conceito difícil de executado. Em que época faríamos a rotação? Como poderíamos garantir que iam haver oportunidades justas e equilibradas para se qualificar novos surfistas? Somos um esporte regido por surfistas e para os surfistas. É neste espírito que votamos para desativar a rotação semestral em 2012. Acreditamos que esta decisão é melhor para a próxima temporada e vamos continuar a discutir o futuro da rotação dentro do esporte", repassou.

Representante dos surfistas, australiano Kieren Perrow falou sobre a decisão: "A rotação semestral funcionou melhor do que nós poderíamos ter imaginado, mas olhando para frente, os surfistas sentem que ela não terá os efeitos a longo prazo desejados para o esporte", disse. "Este é o sentimento da maioria dos surfistas Top 34 da ASP e dos que participam dos eventos Primes e Stars. Criamos um sistema em que os melhores do mundo estão dentro dos Top 34 da ASP, mas o processo para chegar lá se tornou desorganizado. Não ter a rotação semestral em 2012 é a melhor coisa para o esporte."

Comentários

  1. Muito bom o post, gostei e vou reler porq tem parágrafo que fala sobre esta decisão em cima da hora. Vai ti f@##%*$ a senhora ASP, só visa o lado dela e diz q é feita de surfer para surfer. Onde????

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