TRADIÇÃO O pico da Ponte Metálica é um dos destinos preferidos pelos surfistas cearenses |
BOA DIVERSÃO O aterro pode acabar com as ondas, deixando órfãos vários atletas |
Uma das praias mais famosas da capital cearense reuniu, no sábado passado, a nata do surfe do Ceará com a missão de evitar a construção irresponsável que é o aterro da onda da Ponte Metálica. Há alguns anos o Litoral Oeste de Fortaleza vem sofrendo com o impacto provocado por obras realizadas no Litoral Leste. Quem garante que essa não será outra ação que agravará mais ainda essa situação nas praias a Oeste da capital?
O Icaraí, em Caucaia, que teve parte de sua orla destruída com o avanço do mar, é o maior exemplo de que toda ação gera uma reação. Sem falar no desequilíbrio ambiental que essa obra pode causar, como o "assassinato" de toda vida marinha, que há anos habita nos corais do Havaizinho, pico que está na reta do aterro. São várias as espécies de peixe que ali se alimentam e se reproduzem.
As consequências do desequilíbrio ambiental são bem conhecidas, podemos citar como exemplo os frequentes ataques de tubarões na costa pernambucana, precisamente nas praias de Boa Viagem, Piedade e Candeias. No litoral cearense tem sido notada por vários surfistas a presença desses animais, que ainda não atacaram, mas se houver a destruição dessa cadeia alimentar, o Estado estará sujeitos a sofrer com mais esse problema.
E as ondas que recebem, todos os dias, vários garotos que fogem da vida ociosa, em busca de uma realização pessoal, seja simplesmente para praticar um esporte e elevar a sua qualidade de vida ou em busca de se profissionalizar como um surfista? O surfe nos dias atuais é um esporte que oferece totais condições de dar uma vida digna aos esportistas. Fora d´água é responsável pelo resgate de vários jovens que vivem no mundo das drogas, um problema que assola as capitais brasileiras.
À frente da manifestação estava Marcelo Bibita, lendário surfista local da Ponte Metálica e hoje morador da praia do Icaraí. Bibita, como é conhecido, carrega grande carisma da comunidade do surfe. Aderiram a manifestação e uniram forças em prol da campanha SOS Ponte Metálica empresários, simpatizantes do esporte, moradores, frequentadores, turistas ou simplesmente apreciadores do visual que a ponte oferece.
Já por parte dos responsáveis pela obra, nenhuma autoridade esteve presente para dar maiores detalhes sobre o projeto, mas vale lembrar que também esteve por lá boa parte da mídia de nosso estado, o que com certeza fortalecerá essa ação que é o SOS Ponte.
Nota do editor
Vale lembrar que, há dois anos, surgiu no Ceará a possibilidade da construção de um estaleiro ultramorderno nas imediações do bairro de Serviluz, onde está situado o pico do Titanzinho, o "Havaí Cearense", que sofreria danos irreversíveis com o empreendimento. As ondas desapareceriam. E o Titã, um refúgio contra as drogas e a marginalidade no Serviluz, perderia um fiel aliado na luta em prol do extermínio da miséria e das mazelas sociais. A modernidade não pode ferir princípios básicos da vida. E a natureza deve ser ao máximo preservada. Sob pena de ela cobrar muito caro posteriormente.
Quem é do Recife, com os ataques do tubarão que metem medo na sociedade pernambucana, conhece bem esse o valor.
Caro Marcelinho. Parabéns por levantar essa bandeira no seu blog. Apesar de morar no Recife desde 1986, foi na praia de Icaraí que eu, como cearense da gema, comecei a surfar, aos 10 anos de idade. No final dos anos 80 e na década de 90 viajava direto pra Fortaleza. E tinha o Icaraí e o Havaizinho da Ponte como os meus points preferidos. Até hoje, sempre que sai notícias na Internet, relacionadas a esses dois picos, acompanho. Concordo com você sim. A tal da "modernidade" não pode ficar acabando com nossas praias. Já sou orfão das ondas de Boa Viagem... E não quero ser também da Ponte. Vamos gritar sim!!! Valeu!!! PS: Parabéns novamente pela excelente qualidade dos textos sobre o World Tour. A análise dos brasileiros em Snaper foi perfeita. O espaço pra Xandinho então nem se fala hehehehe. Fica com Deus amigo! Abs. Cartaxo
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