Ranking para brasuca botar defeito

Foto: Robertson/ASP
NA ATIVA Com vitória, a ASP vê acordado um de seus maiores monstros
Foto: Kirstin/ASP
PRIMEIRÃO Para variar, Slater aparece no topo da lista do circuito mundial
Há uma distribuição no ranking que traz uma conclusão até óbvia, passadas duas etapas da elite do surfe mundial, o ASP World Title Race 2012. Após a vitória do Mick Fanning, em Bells Beach, no último fim de semana, as dez primeiras posições foram praticamente dominadas pelos regulares. Ao que parece, o fato de as provas que abrem o ano - técnica, concentração e estratégia de competição à parte - terem sido disputadas em direitas, sendo a primeira em Snapper Rocks, foi definitivo para montar o ranking.

Para os brasileiros, bom. Já que Adriano de Souza continuou na segunda posição. Para os goofys, um viva para o talento de Owen Wright, o único que conseguiu se estabelecer no Top-10, entre uma multidão de frotsiders.

Queira ou não, uma pitada de WT, nos primeiros quatro meses do ano, já mostrou que o Dream Tour tem seus dias de pesadelo. Não para os mais tarimbados, mas para aqueles que estão começando agora.

Gabriel Medina, por exemplo, provou a parte amarga do circuito, que pode punir até os mais talentosos como ele. Há que se desenvolver mais, notadamente em ondas do tipo. Conhecer os truques, competir mais - coisa que o paulista tem evitado, indo contra uma corrente mundial, que vê até mesmo Kelly Slater, agora líder do ranking pela enésima vez, em competições da divisão de acesso.

O World Title só está no início. Mas vê-se pela frente, ao menos no primeiro semestre, uma gama impressionante de atletas que pode chegar ao título na temporada. Assistir a mais uma vitória de Mick Fanning é também concluir que ele voltou ao páreo. E quando esse cara quer, consegue tudo. Não duvide.

O próprio Mineirinho está seguro na sua posição, não foi tão bem em Bells como desejava, mas mostrou equilíbrio e não caiu no início do campeonato. E por que não falar dos de sempre? Nomes como Jordy Smith, Taj Burrow, Joel Parkinson... Sim, eles estão mais vivos que nunca atrás do cetro.

Com a participação brasileira resumida à solidez de Mineiro e alguns espasmos de um ou outra atuação, a prova do Brasil, a terceira parada do Tour, na Barra, a partir de 9 de maio, torna-se ainda mais importante. O beach break tem de ser a redenção daqueles que sonharam com o título, mas estão na rabeira da lista, até então.

Este ano, com uma etapa a menos, o circuito fica mais curto. E lembrar que os 10 piores da temporada saem da elite nunca é demais. Só quem não é precavido não temer pelo pior no início de uma competição. É aí que se esconde o perigo.

Ranking após 2 etapas do WT
1º) Kelly Slater (EUA) - 13.200 pontos
2º) Adriano de Souza (BRA) - 12.000
3º) Taj Burrow (AUS) - 11.750
3º) Mick Fanning (AUS) - 11.750
5º) Joel Parkinson (AUS) - 11.700
5º) Jordy Smith (AFR) - 11.700
5º) Josh Kerr (AUS) - 11.700
8º) Owen Wright (AUS) - 10.400
9º) Jeremy Flores (FRA) - 8.250
10º)John John Florence (HAV) - 5.750
13º) Heitor Alves (BRA) - 4.500
13º) Miguel Pupo (BRA) - 4.500
19º) Raoni Monteiro (BRA) - 3.500 
25º) Gabriel Medina (BRA) - 2.250
25º) Jadson André (BRA) - 2.250
32º) Alejo Muniz (BRA) - 1.000

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