Parko pede passagem

AGORA VAI? Parko assumiu a ponta do Tour e pode ser campeão pela primeira vez
Se existe uma torcida recorrente entre os amantes do surfe, esta é para que o australiano Joel Parkinson vença pelo menos um título do Dream Tour, organizado pela ASP.

Desde que surgiu como promessa, triunfando pela primeira vez o Mundial Pro Júnior - ele é bi do torneio de talentos -, recaiu sobre Parko os vaticínios comuns a fenômenos. O principal é que seria campeão do planeta tão logo estivesse no WT. Os anos foram passando, o estilo envolvente do aussie somando torcedores pelo mundo, mas a taça que é boa e faz o povo sorrir, nada... Três vezes vice-campeão mundial, Parkinson volta ao topo do ranking, após terceira etapa do Tour, no Rio de Janeiro. A pergunta que fica é, agora é para valer?

Joel Parkinson tem motivos para achar que reúne bons atributos para ser o campeão de 2012, embora não se adiante aos fatos. Já venceu uma etapa, tem sido consistente até o momento e suas manobras, bem julgadas. Como, por enquanto, nenhum rookie progressivo aparece com real substância para disputar o cetro etapa a etapa com o aussie, não se cria uma situação real de que um dos aerialistas mundiais possa desbancá-lo. Pelo menos este ano.

Afora as questões práticas, o fantasma de Kelly Slater parece estar fora da disputa na atual temporada. Falta foco - o mito titubeia na indecisão sobre se segue ou não o circuito - e sua contusão no tornozelo aparece como mais um entrave duro numa temporada tão competitiva.

Há dois anos, Parko sedimentou seu caminho para o título. Parecia invencível. E era mesmo. Até levar um corte profundo no calcanhar, após uma sessão de freesurf em Snapper Rocks, na Austrália, e colocar todo por água abaixo. Passou seis meses de molho, voltou no fim da temporada - vencendo o evento em Sunset -,  mas seu amigo Mick Fanning já havia assumido a liderança do circuito, assegurando o bicampeonato no fim de 2010.

"Já estive nessa situação em outras ocasiões" é o que tem falado Parko nas suas últimas entrevistas. Nitidamente, quer levar um ano leve. Nada de responsabilidades a mais, desmedidas. Talvez seja um bom caminho a seguir. Mas o resultado mesmo, só se verá no fim do ano. E que o circuito não perca a chance de ter o australiano na sua galeria de campeões - a não ser que ele perca para um brasileiro, claro.

Na Austrália, Parko mostra o motivo de ser aclamado pelo público e pela crítica. É só assistir à sessão abaixo.

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