Gabriel "Superman" Medina

É UM PÁSSARO? Medina fez dos seus aéreos uma arma mortal na Vila
10 NOTA 10 Garoto levanta voo para receber o 10 unânime dos juízes 
EMOÇÃO Na praia, seu pai e Miguel Pupo, seu amigo, o carregaram até o pódio
BARRADO Tom foi o mais estável no evento, mas sucumbiu ante Medina
(8.3) (8.8) (9.0) (9.10) (9.33) (9.73) (9.73) (9.87) (10) (10 unânime).

A equação acima descrita não está nos livros de matemática. Trata-se de uma conta para fazer emocionar, embora preguem nos quatro cantos do mundo que os números são frios, imutáveis. Foi por causa dessa contagem, que ao fim de uma bateria de 35 minutos, na grande final do SuperSurf Internacional Prime, na Praia da Vila, em Imbituba (SC), o menino Gabriel Medina, parcos 17 anos de vida, colocou as mãos no rosto. Dinheiro, pontos no ranking - "noves fora" -, tudo era muito difícil de entender.

Protagonizava ali, na beira-mar, a cena final de uma das mais impressionantes exibições do surfe competição de todos os tempos. Colheu o que somou na reta final do evento.

A supremacia Medina foi avassaladora. Até o melhor surfista da competição, Tom Withaker, boiou em toda a bateria. Não sabia direito o que estava ocorrendo. Muito por causa do 10 unânime e do 9.10 marcados pelo brasileiro. Um trator acabava de passar por cima do aussie. Um corpo que caía, a cada onda. Só o Gabriel poderia barrá-lo. E fez história. Restou a Withaker esperar o adversário no inside e apertar as suas mãos. Como bom perdedor.

"Estou muito feliz. Agradeço por tudo que fizeram por mim na praia. Minha família, meus amigos, a torcida de Santa Catarina que esteve ao meu lado", disse, emocionado. Santa Catarina é um caso a parte na vida profissional de Medina. Em 2009, com 15 anos, sagrou-se campeão de uma etapa do WQS no Estado. E chamou todas as atenções do mundo para si. E não parou mais.

É fácil torcer para Medina. Surfa fluido. Faz o difícil parecer pueril. Voa como se tivesse asas. E ganha mais do que perde. Não havia acertado quase nenhum aéreo até as oitavas. A partir das quartas, com o primeiro 10 - o não unânime -, também veio a confiança para dar superman, aéreo 360º, aéreo de frontside de grab. Nas fases anteriores, sem inspiração para decolar, mostrou que também sabe "só surfar". Rasgou com pressão, deu batidas retas e cheias de pressão e aplicou laybacks estilosos.

É completo? Ainda não. Mas tem tanto caminho a percorrer e tanto talento escondido nas mangas, que certamente seus defeitos vão ser, no mínimo, moldados a contento para se sair bem no surfe mundial. O seu backside, certamente, tem de ser trabalhado.

Halley leva etapa do Nordestão

E, como postei no facebook, "fiz parte da história. Num mar de condições "muito dignas", como apontaram os especialistas da ESPN, pude assistir a uma das maiores exibições de surfe de um competidor. Não sei se houve alguém que das quartas à final conseguiu arrancar duas notas 10 e seis nove! Valeu, Medinaaaa!". É isso aí.

Comentários

  1. Foi show, papai!! Belo texto, e belíssima exibição de Medina. Sensacional

    ResponderExcluir

Postar um comentário